Naquele dia eu podia jurar, seria pra sempre. Mas o "para sempre" não existe, e você me ensinou como é sem ele. |
Para L., que jamais lerá, mas fica aqui meu desabafo.
Paradoxo do Bueiro. Para quem sente saudades, tudo vira um elo de memória, tudo vira desculpa para lembranças. Romantismo tolo, construindo uma ponte de lágrimas, transformando cada despertar em estorvo, tornando tóxica cada tomada de fôlego, cada passo num saltear sobre cacos de vidro.
Estive na praça, que fora testemunha do nosso amor de outrora, vinham as moças e as senhoras à passear com seus cachorros - roliços, pelancudos, bochechudos e com olhar tristonho; você sabe a raça, é seu apelido.
Eu me sinto tão infinitamente tola, alimentando pensamentos em vão decorados com recortes de fotogramas de você. Aquela cena em stand-still, onde nós choramos alto, abraçados, entregues a uma transbordante emoção depois do melhor sexo de nossas vidas. Até hoje isso não tem explicação, mas será que o meu cheiro já saiu da sua cama, onde hoje deita uma outra dama?
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"Será que eu cair na sua casa, cê me ama e cê me adora? Se eu cair na sua casa você não me deixa dormir."
Maldita [é claro] - Michael Caine
Ô bomba, aquela paixão - paixão segundo a revista, é cocaína. Eu quero saber qual é a emoção que se traduz em Ritalina. Não durmo, nem crio, depois fico sonolenta. Caindo de sono, caindo em mim, alimentando mentiras sinceras sobre como você se sente. Mente pra ela ou mente pra mim? Mente aberta ou mente ruim? Drogas: muito ou pouco? Seu paraíso num quadradinho: de ácido, de papel, de tela. Meu paraíso continua sendo antes de despertar, perdido, ao menos eu faço o que quero. Faço a dieta da ruindade, me entupindo de "nãos", abstinências e personalidade evitante. Pega a cartela de aspirina que eu deixei pra você e enfia no sul.
texto-bilhete escrito originalmente em Maio/2014
Ciúme sofro não nego, me corto enquanto puder.
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