
"Je est un autre!"
Se consegues enxergar apenas com os olhos que vês no espelho, não conseguirá compreender..
O doce sofrimento, o amargo do amor, caindo em espiral na memória que não aconteceu.
Soa como acusação, a fala daquele que não sabe como é se sentir a outra. Eu sou uma outra, a outra parte de uma metade que não se vê no espelho.
Eu nunca vi o hálito do outro embaçar o espelho; e eu olho esse vidro-que-reflete na esperança de encontrar nessa lágrima congelada um resquíscio d'Ele.
Mas a intenção de amor é a primeira e a última memória, como um suspiro escasso.
Ai que dói-me, a fala dos solitários por natureza, que dizem: "não te podes lembrar do que seu cérebro nunca processou, é quando a vida começa."
Não é doloroso ser a outra. É doloroso alguém que esteve desde o começo solitário - segurando e envolvendo-se em seu próprio cordão, no castelo de carne amor - não entender o sentimento do um que habita um espaço onde deveriam ser dois. É minha alegria ser aquela outra, o par daquele um que teve de partir.
O PAR
Eu nunca vou deixar de ser a metade de um par, agarrando-me a memória que somente eu e mais uns poucos conseguem entender. Não é uma sombra de melancolia, é a luz da certeza de que houve/há companhia.
o outro;
R. Henrique
http://gemeo-singular.blogspot.com
R. Henrique
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