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[Costumava ser uma flor.]Aos olhos de quem apreciam, muitas cores, uma leveza...
É fácil fazer poesia sobre flores. Para flores. Com flores.
São sutis, são perfumadas, elegantes até.
Um belo presente para qualquer ocasião.
É como estar apaixonado, sentir o perfume da rosa, a suave carícia das pétalas aveludadas no rosto... uma chuva de pétalas....
[Mas este cacto você nunca viu.]
Mas essas flores não duram nada. As pesoas querem suas pétalas com o mesmo frescor da colheita, mas isso não é possível, nem mesmo com todo amor do universo. Elas podam e ignoram, até mesmo os espinhos da rosa. Os espinhos. Os espinhos de uma rosa são a expressão do desejo do que ela gostaria de se tornar, um cacto. Uma rosa não suporta calor intenso, nem um sólido escasso, nem ventos cortantes de areia, nem frio em excesso, nem a falta d'água.
Espinho na rosa é inveja do cacto. [?]
E começa assim.
E seus espinhos vão se tornando maiores.
É uma escolha, óbvia. A dor, o tempo árido, está a castigar. Tem uma escolha, perecer ou se adaptar. Eis o que fez o cacto.
[Mas este cacto você nunca viu, talvez, só a flor.]
O cacto, que é
um sobrevivente.
[continua na parte 2]
Cacto pouco comum, confesso. Esse cacto precisa de muita água pra viver. Tem sede, muita sede. Mais sede que qualquer outro cacto. Aliás, outra peculiaridade é a simbiose que tem com ervas daninhas. É o cacto que se alimenta delas...
ResponderExcluirEsse cacto você nunca viu.
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