... não tem nada a ver com "apologia".
e sentido
esse post não faz.
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Pura poesia visual, Marla metida naquele shortinho cintura alta, da moda, com sua meia sutilmente desfiada como o sex appeal típico das francesas, que conseguem ser lindas e deslumbrantes mesmo com a meia-calça rasgando de cima à baixo. Não deixei-nos cair em tentação, ó pai, porque eu sei que aqui o pecado não é permitido. Deus seja louvado, Marla, Judith, Pearl. Lá vai ela botar aquela camisa-nirvana-xadrez enorme, por cima da camiseta contornando suas divinas formas, direito, vou rezar. Não permita que eu deseje desamarrar o seu tênis roxo, ou desabotoar a lateral do seu short, Não! Tentação! Tórrida, apesar do frio lá fora. A casa abafada e cheia de gente rindo e bebendo, e eu aqui, com o terço na mão, o terço de vodka que restou do copamericano que antes estava cheio. Chegam mais pessoas, cumprimentam, tem um quadro de santo bem atrás de mim, misturando referências 'wannabe expressionismo alemão'. Ela ainda nem me viu. Eu to aqui no meu canto, observando. Tiro uma foto discreta com o celular. Tudo bem porque Niki vai ver e Niki não sabe ter discrição com essas coisas. Eu sou um iô-iô na sua mão, enquanto você não sabe, Marla, o que acontece na minha cabeça. Niki dá uma risada olhando meu celular, meus lábios úmidos, meu rosto corado, meu olhar perdido, minha febre em você. Tô meio são-sebatião hoje, se as flechas forem de cupidos tresloucados de absinto. Nem música me desliga mais. Eu me aproximo, no seu rosto eu leio "não", eu me viro pro quadro do santo-expressionista. How Soon is Now tocando, tudo que eu quero dizer, mas me calo. Vou rezar.

com o terço na mão, e uma puta culpa no peito, a outra
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